Pilar, município do Baixo Vale do Rio Paraíba inscrito entre os mais antigos do interior do Nordeste festeja os 252 anos de fundação, a serem completados no próximo dia 14.
Boa parte do mundo conhece aspectos de sua paisagem, costumes e histórias em razão da leitura de livros escritos pelo mais famoso de seus filhos, o romancista José Lins do Rego. São obras traduzidas para mais de dez idiomas, a partir de 1932, com o lançamento de “Menino de Engenho”, a primeira delas.
Atualmente, Pilar vive momentos de esperança decorrentes da notícia de que técnicos do Departamento de Estradas de Rodagem procuram casa para alugar por período necessário à pavimentação de trechos até Juripiranga e Itabaiana e, ainda, da restauração (em fase final) da Casa Grande do Engenho Corredor, berço de José Lins. “Temos os pés agora mais firmes no futuro”, comenta o pilarense José Cabral.
A exemplo dos conterrâneos, ele está convicto de que ambas as providências poderão inscrever Pilar no roteiro do turismo nordestino. Também é o que pensa a prefeita Virgínia Velloso Borges empenhada em arrumar a cidade para esses novos tempos. Neste sábado, às 18 horas, ela entrega com banda de música e foguetório a Praça 31 de Março, ao cabo de reformas que incluíram iluminação, ajardinamento, calçadas e bancos novos.
Os mesmos cuidados já contemplaram, antes disso, a Praça José Lins do Rego, em cujo entorno fica a antiga Casa da Tia Naninha (referida pelo escritor em “Meus Verdes Anos”, o livro de memórias) e a Casa de Câmara e Cadeia, local onde o Imperador Dom Pedro II concedeu beija-mão à sociedade paraibana, em 1859.
A História – Conta-se que a existência de Pilar remonta a 1630 quando os holandeses ali já encontravam algumas fazendas de gado. Mas a povoação começaria, de fato, por volta de 1746 quando, descendo da Serra de Fagundes à frente de um grupo de missionários e índios cariris, ali aportava o jesuíta italiano Frei Antonio Maria de Modena. Logo erigiriam a igreja em estilo barroco simples, consagrando-a à Nossa senhora Del Pilar. Esta imagem e a de um São Fidélis, também dessa época, ainda podem ser ali encontradas.
Em 14 de setembro de 1758, d. Maria I, por meio de carta régia, elevava o povoado à condição de vila, providência sem dúvida justificada pelo prestígio da cultura canavieira que então se expandia.
Com presença significativa nos movimentos libertários do Século 19, Pilar tem entre seus filhos vulto da importância do Padre Antonio Pereira de Albuquerque, condenado à morte e inscrito na galeria de mártires da Revolução de 1817.
Também serviu de berço para Diogo Velho Cavalcante. Este último, responsável pela construção da Estrada de Ferro Conde d’Eu, dirigiu os Ministérios da Justiça, da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e, ainda, dos Estrangeiros. Além disso, também foi presidente das Províncias do Piauí, Ceará e Pernambuco, no período de 1859 a 1871.
Celebração - A festa dos 252 anos de Pilar prossegue desde o 7 de Setembro com alvoradas, missa e culto evangélicos, exibição gratuita de filmes no Cine Zé Ribeiro, apresentação de corais e grupos folclóricos, competições esportivas, seresta e, finalmente, shows em praça pública com bandas de forró, na noite deste sábado.
O programa do domingo inclui alvorada festiva às 6 horas com a Banda de Música da Polícia Militar, abertura às 8 horas do Torneio Início do Campeonato de Futebol Amador, a 25ª Maratona Aguinaldo Velloso Borges, também às 8 horas, desfile cívico estudantil às 14h30 e, a partir das 20 horas, shows com as bandas Mulher Chorona, Forró de Peso e Menina Chique.
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